A história que vos vou contar passou-se no Alentejo, mas precisamente, nas Silveiras, uma pequena terra depois de Vendas Novas e antes de chegar a Montemor.
O meu tio, é o dono de três fazendas nesse lugar, desde que eu me lembro de existir que ele lá têm cães e árvores de fruto.
Então, como muitas vezes ele não estava em casa dias inteiros, nós íamos muitas vezes tratar dos animais e árvores, quando lá estávamos, se não iria o meu outro tio.
Bem, o meu tio, naquele dia pediu-nos que, para além daquilo que iríamos lá fazer, pusesses um cão dentro do canil, que tinha fugido e ele não teve tempo de o apanhar.
Dentro da fazendo estava eu, a minha avó, a minha bisavó e o meu pai. O meu pai deu de comer a todos os cães e depois foi regar as árvores de fruto enquanto a minha avó se iria encarregar de apanhar o cão que estava a solta e o voltar a colocar lá dentro.
Apanhá-lo foi fácil, as coisas só se complicaram depois de ela ter aberto o portão. Um dos maiores cães que estava lá dentro, colocou a cabeça na pequena abertura do portão e os restantes 6 cães que lá estavam saltaram por cima da sua cabeça, até o mesmo empurrar o portão com demasiada força, a minha avó não teve capacidade de segurar a porta e magicamente, em vez de 1 cão, haviam 8 cães de à solta naquela fazenda, tirando o de guardar, que está sempre á volta e irá ter o seu papel de protagonista muito rápido na história.
Entretanto, o pânico instalou-se. A minha avó corria atrás de cada pequeno cão e ia tentando metê-los de volta no canil conforme conseguia. A minha bisavó só conseguir rir agarrada à carrinha, eu encarreguei-me de subir para um muro de um tanque e gritar o meu nervosismo e medo para que todos ficassem cientes de que eu estava bastante assustada com toda a situação. E o meu pai, esse coitado teve o trabalho mais difícil entre os 4.
O cão, o maior, verdadeiro culpado de toda aquela corrida atrás de cães, pegou-se com o cão de guarda da fazenda. O meu pai agarrou o primeiro ramo de árvore que encontrou no chão e, com a mangueira ligada, correu atrás dos cães desesperado por os tentar separar.
A este ponto, a minha avó já tinha conseguido guardar todos os cães, e eu corri rapidamente para dentro da segurança da carrinha, enquanto observava a minha bisavó rir completamente confortável com o que estava a acontecer.
Entretanto, o meu pai finalmente venceu e conseguiu separar os dois cães, e arrastou o fugitivo de volta para o canil, e tinha-mos finalmente todos os cães dentro do canil.
Uma simples tarefa de prender um cão acabou numa guerra, risos, medo e pânico.
Eu não sei se esta história vos fez rir, mas é umas das muitas histórias que me marcou e que me lembrarei sempre, com lugares que perderam o significado e pessoas que simplesmente desapareceram.
Então decorem cada momento, porque cada um deles é único, e pode muito bem ser o último, por muito que não achem isso ou não tenham noção do quanto o tempo não nos pertence.
Com amor, Bibs.
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